De quem é a culpa, por eu não ter aprendido a lavar, a engomar, e a cozinhar? Parte II

 

A quem atribuir a culpa deste facto histórico e tradicional? A Deus que, pela Bíblia Sagrada, não parece ser a favor desta reivindicação, pelo menos, segundo a interpretação de alguns, ou ao próprio homem, com o seu poder de destruir e manipular até a ordem das coisas na natureza?

Contra Deus nada tenho, pois nem capacidade para compreendê-Lo, portanto não ouso tentar poluir a minha mente com tal hipótese. Também nada tenho contra o homem, embora não estejamos a fazer grandes coisas para nós mesmos, mas, se tivermos que atribuir alguma culpa a alguém, seria ao próprio ser humano. Podendo este ser do sexo masculino ou feminino, cada um carrega uma dose de culpa. Porém, esta culpa pesa mais na balança da mulher, pois é esta, desde os tempos cujos factos só a História conta, que teve maior responsabilidade pela educação dos filhos, já que ao homem foi dada a missão-praga de trabalhar a terra para não fazer faltar fogo sob as panelas. Não sou eu que o digo, é a História.

E pela mesma História, a mulher teve sempre o poder sobre as mãos para moldar tudo à sua volta. Que nos diga a primitiva delas. Em relação à educação dos filhos aplica-se o mesmo poder, embora, numa fase inicial, este suposto poder fosse limitado, pois, se se identificasse problemas na educação daqueles, ou seja, a culpa era-lhe atribuída por completamente. Mas há séculos que isso já não é assim tão simples, mesmo que à mulher ainda seja dada a maior parte desta dura missão.

Justificando o supracitado, sem voltar no tempo, e dentro da nossa realidade contemporânea, os pais que tiveram a bênção de terem filhos e filhas, atribuem sempre o trabalho doméstico às filhas, salvo algumas excepções que tende a aumentar pelas razões não, propriamente, pensadas. E aos filhos são dados pequenos serviços não com regularidade, e os mais comuns é lavar a loiça e/ou cartar água, fazendo com que este se sinta superior à mulher. E quem faz estas divisões de trabalho? O marido ou a esposa? Claro que a esposa, pois era e é ela, que, não podendo trabalhar, ou mesmo que tivesse um emprego, tinha esta responsabilidade que recebeu da mãe, pois esta tinha recebido da sua mãe, e esta da sua e, assim, por diante.