ECOS DE ESPERANÇA MISTERIOSOS

SEMEIAM-SE
brasas na terra do barro vermelho,
onde o sol seca as raízes meio expostas.

desmaiando a esperança
sem aconchego
no cheiro a pó da janela aberta
onde o ar consome!

nada de chuva para beijar a terra,
das grandes manhãs
nem brisa a refrescar as folhas
que dormem
sobre o uni verso de mulher.

só a lua ali vi ar o calor
que atormenta o jornal da tarde
pedindo às nuvens outro DESTINO!

nos
sons de Áfrika
o rio Cunene adormece nos lençóis
que já se agitam,
querendo a água que do céu não chega.

e só na lente
o mar parece ter uma calma sábia
de quem muito já viu e tudo ESPERA]

≡ SEMEIAM-SE ESPERANÇAS≡

MISTERIOSOS ecos
debruçam murmúrios
aos quatro ventos

e passa o incenso
entre os labirintos
de espiritualização

sonolentos ruídos
cegam os olhos de quem vê

do meu desespero
esmagam o infinitos
que não me é por direito

nos calabouços
almas de ecos povoam
…caminho de luz

vos espio na vossa estranha caminhada
ecos de almas acorrentadas
à noite murmurosa

“ecos repletos de angolanidade”

solta-te dos becos…

pois sua voz tem poder e lugar
para estes que sofrem
para estes que ousam ver olhar-te-me
e COMPREENDER-TE-ME]

≡MISTERIOSOS ECOS≡

NAS palavras escondo os caminhos
pintados na ingratidão dos ecos

em algum momento incerto onde moro
todas as noites o tempo passa pelo
relógio,
ponteiros humedecidos pelos pratos da vida

procura por meus olhos nos sonhos perdidos
procura-me
entre eus
PRO-CU-RA-ME

trago as mãos e os chifres dourados
na boka dos contos rasgados
entre eles
levanta-C castigos
de 1 nuvem fora de hora

rio de 1 noite, eu o sou. noite de 1 dia falecido

estrada, caminho das multidões
canções
das
RUAS SOFRIDAS]

≡NAS RUAS SOFRIDAS≡