O absurdo – três poemas de Aldair Gomes, “O Único” – MAGNÍFICO para o (FILHO ALHEIO)

MENSE AUGUSTUS!!!

Escândalos, barulho, maratona
tudo porque o outro em idade acrescenta
burros, parvos, bajús enchendo a zona
assim que o mês de Agosto se apresenta

Comício, patranha, lábia gozona
com muita cevada na nossa ementa
sempre que o oitavo mês viesse a tona:
bebida, álcool, cuca de três cinquenta

Indecência, tchunas, curto vestido
mentes vazias repletas de nada
danças na acústica do sem sentido

Hoje Agosto estás calmo em teu momento
vinte oito dias, nem uma balada
és calmo, aquele é que era turbulento

SUS DICIT APRO

De imundices te afundas nas entranhas
lixos luxuosos buscas dos mais altos
do erário deglutes bilhões incautos
corruptas carnes, podridões tamanhas

Nojentos triliões em terras estranhas
petrificação da moral aos saltos
escândalos vistos nos teus arautos
confirmação: roubalheira tacanha

E limpas a boca e escondes a espinha
e vens com discursos de Angola avante
matando quem se sujou com galinha

Defendes morte aqui e matas ali
mas ó vossa excelência porco errante
o que tens a dizer ao Javali?

Bilhões queimados em ventiladores
urgências pra os hospitais de campanha
que estarão vazios, que coisa estranha
quando ainda morrem crianças e senhores

Uma doença, inúmeros favores
do geral roubando atenção tamanha
levando a olvidar mortal façanha
que muito mais nos assola com dores

O que o também mortal Corona faz
em Angola avançamos ignorando
que o vírus da Malária mata mais

Da Covid a despesa sobra fria
da Malária morremos esperando
que um dia também seja pandemia