Vestiram-te de trapos da tua inocência, o teu suspiro dançava na coreografia da incerteza. O poente do sol do teu ventre lançou-te no meio de vírus brancos mortais, neste soberbo chão te deitaste, inconformada. A tua doce vontade de trazer de volta a pátria enterrada no branco encobriu a cor mal tratada da tua pele sem par. Os teus lábios escreviam estes dizeres infinitos, oculto no teu trajo de representar África. No canto do relógio, escondeste o teu nome, as obras do teu amor que nos revelaste neste tempo.
O canto do teu nome
Tímidas lágrimas escorrem carregando desesperanças
confusas com o porvir risonho estendido na lua
a brisa mal tratada no trajo da ignorância
infeliz saudade de ter nos braços o amanhã
mãos cansadas de ternura fria
Madrugada adiada
Abre-se a porta da minha mudez falar infeliz mente
embriagado do amargo sabor do “poço” esperar o tempo que repousa(r)
nos braços cansados do desespero passar
às águas turvas nos lábios do meu consolo
no choro do tempo que não morre no meu musculado peito
nos meus olhos […]
resta(m) apena(s) o vácuo da tua ausência
a gorda sombra da tristeza
Amargo sabor
Algemado na serena temperatura do teu agasalho incomum
na roda viva alegre das nossas brincadeiras inventadas no jardim sorridente
o mundo criado neste salão de imaginar-querer…
a tua agradável voz nos meus ouvidos
os teus ouvidos no termómetro do meu peito
é a mais pura permuta de gestos dos amores encantados
nos dizeres silenciados que saúdam a madrugada fria
Madrugada fria