Sexo da Benção

“Senhor Pastor, durante muito tempo fui desdenhada pela minha rival. Se hoje sou mãe, é graças a Deus mesmo.”
“Desdenhada?!”
“Sim. Eu não engravidava, mas ela já tinha uma equipa de futebol. Como o marido é o mesmo, já sabe, né?”
“Louvado seja o Senhor por esta bênção em tua vida, irmã!”
“Realmente, Sr. Pastor! E quando se nasce uma mulher, nasce-se uma sociedade, como dizem. Até, para agradecer a Deus, decidi mesmo entregar-Lha, para ficar com Ele todos os dias da sua vida.”
“Wau! Foi assim que Ana também fez, quando de Deus recebeu Samuel.”
“Quem foi Ana, Sr. Pastor?”
“Mulher de Elcana, homem de Ramataim de Zofim. Ana foi rival de Penina, outra mulher de Elcana. Uma história igualzinha à sua. Não tens lido a Bíblia com frequência?”
“Sr. Pastor, falando mesmo a verdade, se filho fosse resultado de leitura constante da Bíblia, haveria poucas mães no mundo. São mesmo só safadezas, e o resto é misericórdia.”
“Está bem. Agora, presta atenção que vou contar tudo. Já te disse que Elcana tinha duas mulheres: Penina e Ana. Penina tinha filhos, mas Ana não tinha, pelo que esta era excessivamente irritada por aquela.”
“Eh, hum!”
“Ana suplicou que Deus lhe concedesse um filho e quando a bênção chegou, devolveu-a a Deus, e Samuel foi crescendo no templo sob tutela do Sacerdote Eli.”
“Pelo que estou a entender, a única coisa que muda nas nossas histórias é o sexo da bênção. Ana teve um rapaz e eu, uma rapariga. A minha, assim, fica já Samuela, né?”
“Ahahahah nada mal! Espero que a conservatória seja cristã.”
“Sr. Pastor, mate-me ainda uma duvidazinha: sacerdote e pastor são diferentes?”
“São papéis iguais, praticamente!”
“Sr. Pastor, a partir de hoje, devolvo a Deus a filha que me deu, para que cresça mesmo no templo.”
“Espera, irmã! O templo de ontem não é igual ao de hoje.”
“Então os pastores de hoje também são outros, né?”

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