Os dois embrulharam-se numa queda. Ficaram a litigar no chão. Mordiam-se. Rebolavam. A cadela tentava levantar-se a todo o custo, mas o cachorro não a deixava. Prendia-a no chão. Um carro surgiu muito veloz, levando-os a separarem-se numa velocidade semelhante à da luz. Read More
― Não viemos buscar culpados e sim limpar as vergonhas e nos dar as mãos em paz que nos trouxe à comissão ― berrou o Dias que, qual dos Santos, presidia a plenária das sinceridades. Fingia uma lágrima no rosto queimado com o tempo. Não era uma vítima, tinha as mãos amarradas na culpa de sempremente e o rabo preso numa história do Líbano.
Num repente, a sala solta uma voz, ríspida e amofinada:
― E quem matou o Rufino? Read More
Handaga é um artista que soube ler o momento e interpretar os corações feridos dos angolanos para, então, anunciar as boas novas. E como as principais vítimas do conflito armado tinham sido as populações do centro e sul do país, o artista serve-se dos seus conhecimentos da cultura desse povo e, assim, canta a paz então alcançada e pedi aos seus irmãos para regressarem às suas terras a fim de reaver os seus bens, rever os seus parentes sobreviventes do conflito e contribuiu, sobretudo, para a união e reconciliação nacionais. Read More
Com base algumas afinidades descritas pela citação anterior, para o estilo Kuduro, na sua estrutura formal, o primeiro sinal de semelhança que temos é a rima, pois, a busca de rima, no Kuduro é constante (muitas vezes, sem unidade das ideias anunciadas nos vários versos), dando-lhe, assim, o ritmo e a musicalidade que lhe são necessárias. Na tentativa da busca do ritmo, a maioria dos kuduristas opta pelo mesmo tipo de rimas, a emparelhada. A rima também justifica a construção moderna do Kuduro, porque, segundo Chatelain, na música tradicional angolana o recurso a rimas é raro. «Na poesia existem poucos sinais de rima, mas muitos de aliteração, ritmo e paralelismo». Além disso, a própria noção que alguns kuduristas têm em organizar as letras em verso e estas, por sua vez, em estrofes, como se pode ver em Bruno M., apresenta-nos uma visão de proximidade entre as duas artes. Dessarte, isto é indicativo de que há uma aproximação entre o Kuduro e a arte literária. Read More
Já estávamos de saída do campo santo, após deixarmos o nosso ente querido no seu eterno descanso sepulcral quando vimos...
Perdi- te desde que a separação Do tempo trouxe a comparação Da alma, do alento vital e do suspiro Fiquei...