Quero crer que a distinção entre uma casa e um lar não se tenha esvanecido nas ravinas da vida contemporânea. Não há tanto tempo atrás, essa diferença era muito clara dentro do imaginário popular: casa era um espaço gélido no qual não desenvolvemos nenhum sentimento de pertença.
Como lido algures, “a cultura constrói os códigos e as linguagens simbólicas em que radicam os sentimentos de pertença a um colectivo de base territorial.” É, no entanto, neste conceito a que nos enlaçamos para compreender como os novos espaços urbanos dão sustentabilidade à liberdade criativa para a construção de códigos e linguagens simbólicas enquanto “subterfúgio” dos sentimentos das gerações.
Escrever é um acto de coragem também. Mas como vivemos todos cheios de urgências e a ciência exige paciência – que por causa do capitalismo quase já não nos há, resta-me dizer, mui respeitosamente, que os senhores editores e o escritor ainda vão a tempo de corrigir o que está mal. Saiam do muceque e vão para o musseque ou mesmo
A proposta de reunião de três disciplinas artísticas foi muito bem conseguida. A única ressalva que se faz às organizações esse tipo de evento é um desdobramento mais criativo e eficiente na hora da divulgação.
A CASA REDE, além de ser uma das respostas necessárias sobre o que a cidade precisa culturalmente, configura-se uma potencialização de ideias por parte de cinco jovens, artistas de áreas distintas – Aneth Silva, Ana Paula Lisboa, Elisângela Rita, Luana Bartolomeu e Bona Ska. É a materialização de um projecto ousado que surge da necessidade vital e constante de respirar arte e cultura por parte destes. Sediada no edifício 47, da avenida Brasil, é um espaço acolhedor, forjado para que os artistas possam potencializar sua produção sem qualquer censura. Uma porta aberta para aqueles que procuram alargar o seu networking, aqui os artistas (e não só) poderão interagir de forma profunda, estreitar laços, criar conexões e partilhar ideias.
Mas ela cantava, se a guitarra ou ela, mas cantava, suspiros que me envolviam em abraços que dispensavam o corpo; voz e ouvido acasalavam-se e comentários viam-se para o mundo exterior, livre por cada nota, do Dó ao Dó com o Fá a servir-se como ponte da receptividade do alheio à minha volta. À nossa volta.