Crónicas de Arruaça no País das Maravilhas” resulta do kitsh que o mundo se tornou desde Janeiro de 2020. No viés material, o mundo fez-se um baile de máscaras, álcool em gel, viseiras, mortes, prepotência e distanciamento físico.Ora, com sarcasmo, ironias e técnicas de carnavalização de pessoas e temas, os escritores de “Crónicas de Arruaça no País das Maravilhas” escrevem artisticamente engagé, fazem, em cada prosa, uma reportagem da arruaça, do bulício das manifestações, da fome, da saúde, da injustiça, da desigualdade social, do analfabetismo funcional, da violência policial, da utopia e da distopia que uns chicos espertos vendem ao povo em leito oral. Read More
Discursar subentende uma grelha de leitura que congrega variadíssimas dimensões como sociais, políticas, económicas, culturais, antropológicas que concorrem para o êxito, ou não, do discurso enquanto palavra em acto. Discursar, sobretudo, não é simplesmente falar o que as pessoas querem ouvir, mas fazer o que as pessoas das diferentes esteiras sociais precisam de ouvir. Read More
Handanga leva-nos à Bíblia, fazendo-nos reflectir na narrativa de Noé. (Veja-se Génesis 6 – 9). JH faz uma analogia entre o que se passou na era de Noé com o que se viveu nos primeiros dias da pandemia: “Noa otunga ocimbaluku, ombela yo yiya. Omanu vayola yola, vanyua, vapiluka, hati/ vati Noa walinga eyui.” Ou seja, enquanto Noé construía a arca e alertava às pessoas sobre o dilúvio, as mesmas riam-se dele, comiam, bebiam e dançavam, dizendo que Noé estava maluco. Read More
Camuflada miragem, sobre a mesa de um bar fantasiado, tipo nos anos sem tempo, há um ser que se faz Deus, Maria-Gracia Latedjou. Sua voz nasce magnética, faz crer que a ferocidade humana se encontra no útero onde, inesperadamente, as sanguíneas correntes levam à memória do futuro.
No Baile dos Sentido, a voz da mulher é um universo de contestações, é um “mistério de pó” no cimo da vida. É metamorfose plena desfilando num palco que geme. Embora muda quando se faz dia, por hora, é vedeta magistral. Lá nascem palavras que se desprendem dos ramos do medo de máscaras venezianas, tentando abraçar o vento, a transcendência das almas numa mística que só a última nota pode revelar. Read More