Nossas crianças estão a aprender, à tangente, hipotenusa e cosseno, o discurso do método, a dialéctica, antes mesmo de aprenderem a dizer “por favor” e “obrigado”. Resultado? Seres humanos autómatos, insensíveis, endurecidos, apáticos e indiferentes às desgraças ou alegrias colectivas, aprisionados numa grotesca forma de autodestruição a que, por desencanto, se submetem. Read More
Às vezes, a vida veste e reveste-se-nos de intermináveis rodeios. Para quem não viaja, há minutos ou séculos, ser-lhe-á dado o passe livre,pelas mãos, lendo A Arte de Sentir, onde o fluir de um vocabulário diverso,raro e riquíssimo em imagens, cria rios de visões mentais, dos quais, num simples percorrer de páginas, conseguimos reencontrar-nos com a mais remota civilização africana, e, por coincidência, a primeira que o mundo conheceu, o EgiptoAntigo, em reminiscência aos Faraós ou à deusa Nerfertiti, trazidos à nossa presença quer pelas areias movediças do deserto, quer pelo utópico esquecimento onde foram afunilados, e, com eles, as demais mulheres africanas (“Presidiárias da realidade”, p. 32), que se dedicam à empresa da promiscuidade, “beijando bocas”.Entretanto, as outras, a quem o sujeito poético se dedica, vivendo todo esfarelado,manso e submisso, em “charcos de palavras insípidas” se dissolvem, motivo pelo qual o mesmo se questiona: “Seria heresia pensar/ Que o amor não existe?”(p.67). Read More
O cenário, “intimamente intimista”, não daria para muita gente, e, infelizmente, muita gente precisaria de uma boa terapia musical no último dia laboral da semana, excepcionalmente na quinta-feira. A parte frontal da sala que, claramente, seria manejada pela anfitriã estava composta por uma mesa na qual dava para ver um PC e mais alguns instrumentos, dois, se tanto. Havia três microfones destacados, prevendo, além de ela, mais dois acompanhantes. Mas o que se viu foi o contrário. Ou seja, Maria-Gracia Latedjou, ao contrário do que se esperava, dominou todo o cenário, sozinha, com a simplicidade de uma experimentada artista de longos anos. Além dos dois instrumentos denotáveis sobre a mesa, demo-nos conta do violino que foi o instrumento base ou principal durante o concerto, tocado com e sem arco, embora, no seu EP inaugural, “o baile dos sentidos”, o violino não tenha conhecido o arco como tradicionalmente é. Read More
A elasticidade do percurso a que nos propusemos advinha-se complexa. Contudo, pretende-se com a presente comunicação um diálogo inclusivo, não...
Luaia Gomes Pereira conquistou o seu direito de exclusividade, entre os novíssimos da Literatura Angola, ao inaugurar, no plano da...