O planeta terra, em particular o cosmo angolano, vive uma crise sanitária sem precedentes, causada pelo vírus SARS-CoV-2 que, drasticamente, alterou o nosso modus vivendi. Uma das características provocada pelo SARS-CoV-2 é que inúmeras literaturas estão sendo escritas agora. Publicada em Abril, contendo 14 poemas, a obra Quarenpoema, de Zola Vida, é fruto dessa atmosfera. Nossa análise recai para o aspecto conteudístico da obra em época de quarentena.
A questão sobre a angolanidade literária é um pseudoproblema, é mais exclusiva do que inclusiva, manifesta sintomas de fraqueza ou de oscilação do sistema literário. Toda a dogmatização literária constitui entrave ao engrandecimento da literatura nacional. Ciência não precisa de outorga, ciência é ciência.
Ao trazermos em tela a narrativa “Barroco Tropical”, de José Eduardo Agualusa, lançada em 2009, objectivamos marcar determinados pontos da obra, onde analisaremos a intersecção entre o Direito e a Literatura, a viabilidade do estudo do Direito através da Literatura e as opções do uso da mesma. Nesta narrativa que, livremente, na trilha de avanços e recuos no tempo, Agualusa retrata de forma viva a sociedade angolana
Literatura e Direito são áreas do saber que possuem próxima relação e que têm como objectivo comum a compreensão e a representação da realidade, como refere Santos (em Trindade, 2008, p. 246): “a literatura enquanto arte extrapola os limites, dado ao carácter plurissignificativo da linguagem. As várias possibilidades de significados do texto literário se processam graças a elementos estilísticos provocados de efeitos estéticos”.