Elegia, filme de 2008 baseado no romance "O Animal Moribundo" de autoria de Philip Roth, impele-nos a olhar para as relações amorosas para além daquilo que é politicamente correcto, fazendo-nos reflectir em que ponto e até que ponto devemos viver de acordo com a sociedade quando a nossa noção de felicidade não coincide com regras constituídas por ela; até que ponto o sentimento de estarmos bem connosco próprios pode resistir perante as críticas provenientes da sociedade
Por inerência da profissão mesclada com a mestria, o jornalista da direcção de informação sentiu ser sua a missão converter em claras palavras os "ayués" que as populações espargiam nos becos, ruelas, ruas e avenidas, levando as mãos ao encontro das próprias cabeças. Apesar do impacto paralisante da pintura onde as cores predominantes eram a morte e a destruição, ele fez as suas reportagens com uma performance tal que lhe soergueram ao ápice da glorificação, da perseguição.
Contrariamente a esse cenário, o contacto com as nuances da vida confirma a existência de seres humanos que até as próprias progenitoras iriam preferir apertá-los entre as pernas se soubessem do feio feitio que os mesmos teriam anos depois do nascimento. São aqueles seres humanos que diante de um estudo meticuloso seriam considerados num autêntico risco ao progresso da humanidade
O romance de Paulino Soma reveste-se de uma importância exponencial para várias áreas do saber relacionadas com a República de Angola. Além de ressaltar os hábitos e costumes do povo huilano, “Viver e Morrer em Angola” traz uma abordagem do conflito angolano a partir de uma localidade sobre a qual pouco ou nada se escreve, pouco ou nada se estuda, de que pouco ou nada se conhece. A isso há ainda a acrescentar que o mesmo romance tem como ponto de concentração uma família despida de qualquer privilégio (pobre, analfabeta, camponesa e que não emigrou no tempo da quitota).
Além de ficarmos a saber que os kotas não são tão independentes quanto aparentavam, descobrimos que a nossa beleza decresce com a ascensão dos anos, desvendamos que a abundância de anos vem segurando a solidão pelas mãos; descobrimos que o gozo da felicidade requer alguma dose de inocência; enfim, descobrimos que nunca seremos tão felizes quanto na fase da meninice.
Ele trata-me como se já não haveria outra vez, como se já não existisse outro ser humano no universo. Seus olhos concentram-se em minha face, gerando impacto, porquanto ele me observa como se… como se contemplasse sublime performance em uma secular e espectacular obra de arte