Vocês, sim, são culturalmente angolanos, porque uma “têpêá” vos fez lembrar que existe, em Angola, não apenas Semba, Kizomba e Rap; Bonga, Euclides da Lomba e Cool Clever; fez-vos lembrar que afinal música angolana também é Socorro; vocês, que vibraram e dançaram a um ritmo há muito esquecido pelas rádios, pelos produtores musicais, culturais e de espectáculos, e, acima de tudo, pelo Ministério da Cultura e foram gabar-se entre as paredes digitais das redes sociais como tão representados como angolanos se sentiram, são os verdadeiros angolanos culturalmente.
Uma floresta de dias escapa-me entre os dedos
sem o toque dos meus olhos tocarem
uma abstracta ideia ganha corpo
e rasga-te a vergonha
e deixa-te nua de vontade
A cultura de “sócia” consiste na divisão do valor total de mercadorias em caixa. Se uma caixa de coxa de frango custar oito mil kwanzas, duas pessoas ou mais juntam partes iguais do valor total e compram a caixa, dividindo-a em partes iguais para cada pessoa ou “sócia” da “sociedade”. Como disse, as compras são normalmente trabalho de mulheres e só por isso é que esta cultura não se denomina “sócio”, nem que uma das partes da partilha ou divisão seja homem
Porém, todavia, entretanto e outras adversativas, espero que o Natal e as suas manias tenham pena do povo especial e não acrescentem mais problemas nos já existentes, pelo menos, neste ano. Deixem que este ano seja apenas do IVA. Pois, se assim não for, desculpem-me, teremos mais um Natal adiado por ordens superiores. Ou já está adiado?
Mas ela cantava, se a guitarra ou ela, mas cantava, suspiros que me envolviam em abraços que dispensavam o corpo; voz e ouvido acasalavam-se e comentários viam-se para o mundo exterior, livre por cada nota, do Dó ao Dó com o Fá a servir-se como ponte da receptividade do alheio à minha volta. À nossa volta.
Quando veio ao mundo, ao mundo dos vivos, saíra de um sofrimento, de uma luta, no mundo monovivente, que era...