Vida
Passou por mim
árvore incerta na rota do pré destino
abra sou lutas
doou-as
implacável
sem espera
suturando entre tanto
esperanças
enganos a mente
Eterna caverna
tal qual pintou Platão
Paixões exalam pães de deus
Sigo
(eu Homem)
desumanizado
perdi os olhos
em incógnita idade
?Será a morte
a única verdade
Vejo I
Do extremo positivo
do controverso viver
sóis pintados negro
Sob tectos
cidades agourando
sorridentes primaveras
camuflando subtis infernos
Vejo II
O respirar
em barro inerte
O decompor do laço
em quebra permanente
A Trilha ignorante
tão vazia de passos
tão cheinha de traços
Do linguajar feitoflecha
do coração feito pedra
vejo vida
vejo morte
vejo morte
vejo vida
Imérito pranto
Apaga
a paga
alta
o dorso
relutante
abraça
ainda
lágrimas
de risos
perdidos
em ventos
falecidos
num Oeste
mira
no horizonte
o Este
Qual débito
se diz eterno
Qual luz
incide sobre
eu cinza
se me disse
o mar
e sente em mim
o ar
que do mesmo fio
me teceram
Qual deidade
surripiou as pontas
do cordão quebrado
e inventou a história
Ópio das gerações
Qual deus
quebrou o elo
Entre
karmas importados
religiões inventadas
e um forjado deus credor
falará por si a Prima Luz
Apague desse fôlego
imerecidos fardos…