Dois poemas de Mário-Henda

RUMO…? PAÍS TEM

Na morada do desespero

há buracos no tapete da circulação

taxas altas para na morar

nu cu bico

do auto mobi lista roto

lá do esquecimento

pé (neu) furado

sangra ar

de dedo-prego do asfalto pago

rumo da nação

Que rumo!

ESTRANHA SAUDADE ABSTRACTA

Uma floresta de dias escapa-me entre os dedos

sem o toque dos meus olhos tocarem

uma abstracta ideia ganha corpo

e rasga-te a vergonha

e deixa-te nua de vontade

e outra ideia-mental transforma mamilos em abstracto

mentalmente lambível

e minha língua sai inocente