Segundo consta nos conceitos de Defesa do Consumidor:
Qualquer publicidade que tem a capacidade total ou parcial de dar ideia falsa de realidade às pessoas é considerada enganosa, ou seja, se a publicidade promete algo, o produto tem que cumprir. E no caso de não cumprimento é “Publicidade Enganosa”.
Na nossa mania de reinventar tudo, redefinimos o conceito de publicidade enganosa chamando-o de “Gato no Saco” e generalizamos tal ideia à tudo que promete algo e não cumpre ou ao que remete a uma realidade que, no fundo, não é verídica.
A expressão, “Gato no Saco”, remete ao conceito do “Coelho na Cartola”, que acontece normalmente num espectáculo de magia, em que o mágico tira a quantidade de coelhos, que desejar, de um chapéu. Ilusão, é assim que os entendidos na matéria chamam.
Na banda, temos Mágicos disfarçados de políticos e prova disso é o que temos visto, ou ouvido, nos diversos discursos vazios, futilizados pela arrogância, atirados todos os dias à face de quem espera que de boas intenções o inferno ainda não esteja cheio. Pura ilusão.
Há também mágicos disfarçados de cantores que, quando abrem as suas fechaduras, é como se dos maiores mágicos de todos os tempos se tratassem, e vivem a euforia dos seus espectáculos, vídeos, ou letras por fazerem ecoar os seus nomes pelos multiversos.
Por fim, ou não, há os mágicos disfarçados de escritores, que graças as ferramentas de propagação do mundo actual, promovem shows no aquário acreditando que o nome, mais que a qualidade da escrita, rende bons espectáculos de leitura com o som das palmas a romper a estratosfera.
Talvez estejamos todos num espectáculo de ilusões, em que a performance principal seja a alienação generalizada proporcionada pelas enxurradas de publicidades enganosas de quem vive a tirar coelhos da cartola para deleite de uns enquanto mostra, a outros, que, não importa o que faça, terá sempre alguns gatos no saco para saciar um público perdido no entretenimento fácil.