PÉ-DO-MEIO TE N SO – TRÊS POEMAS DE LUA

VAZIO ERA
mas bem lá no fundo
há um poço
que con(a) pi(n)ça se afunda
me vem e fica dentro

– Ah, Kianda comanda
até rios brancos?
leva-te à lua
com tal voo térreo desnudo

– E ela?
Ela rema, rema
como quem reina paraíso!

LUA SEMPRE TE(N)SA!
Metamorfose pernas poéticas
meus dedos sobre prosas
anjo-orifício
poesia a se colocar a língua

Cá mar a lento
rema sinfonia
escorre divino pecadilho
robustez que emana pecado
rima alegoria entoada
por s(m)eu suspiro-veneno

Camaralenta
poesia oxidoxina
é o que sente
está onde meto
encima sobreposto a baixo
tal movimento horizontal recto
– técnica de alinhamento coital

Uih, e ela jinga…
Ela jinga o silêncio meio grego-malandro
nauseabundando-se toda no meu co(r)po de leite!

PÉ-DO-MEIO
Pá, pá, pá
pinto-te preces
posse plena
ponha pinto
pernas prenhas
paira peito pávio

– Pá, pá, pá
prata polpa
pouso pêro pacóvio
pode perpetuar pénis-paraíso?

– Pá, pá, pá
ponha pinto
pernas prenha