Gerilson Israel apresenta-nos uma composição musical que, do ponto de vista dos «Estudos Culturais», deve ser analisada dentro de um contexto específico, sob pena de se relegar à mais extrema pobreza uma obra que, como qualquer outra, possui, seguramente, alguns pontos fortes. Trata-se de uma música que reflecte o contexto actual em que o «capitalismo» converte até o que há de mais puro e sublime em mero objecto comercial, em que o apego pelas coisas se constitui como um estilo de vida. Como é visível, vivemos em estado de urgência. A pressa é uma das principais características do nosso tempo. Os cantores privilegiam composições que facilmente ficam nos ouvidos do consumidor. Tanto a música como o autor são criações sociais, construções humanas de um período cada vez mais incaracterístico em termos de valor, frutos da «cultura de massas» que procura, a todo o instante, consumidor activo.