Quando as pessoas se cruzavam, sentia-se o repúdio da proximidade num olhar quente e áspero. Corpos iguais repeliam-se. O isolamento físico foi decretado. Estava salvaguardada a natalidade mesmo sem consultas pré-natais; ou não. Talvez esse recolher obrigatório de se confinar entre quatro paredes, cá em África, seja o ebulir de uma enchente no Ngangula e Lucrécia Paim ou o repovoar da velha Europa, cujos filhos vão desta para a melhor. Bendito seja Deus?! Ou maldito, por permitir que calamidades dessas surjam a nós
A confusão instalou-se quando um grupo de velhos, jovens e crianças, que faziam bichas desde às madrugadas, notaram que a carrinha Canter, mandada pela administração municipal para distribuir cesta básica às famílias vulneráveis, doações de um grupo de malianos, donos de cantinas locais, fez um desvio imprevisto que durou cerca de vinte minutos, no portão da administradora comunal e, depois, mais outros, obrigados pelo seu chefe de gabinete a quem mais algumas sacolas foram deixadas ficar.
Porém, todavia, entretanto e outras adversativas, espero que o Natal e as suas manias tenham pena do povo especial e não acrescentem mais problemas nos já existentes, pelo menos, neste ano. Deixem que este ano seja apenas do IVA. Pois, se assim não for, desculpem-me, teremos mais um Natal adiado por ordens superiores. Ou já está adiado?