Steiner costumava dizer que o crítico literário é como um carteiro/mensageiro. Os livros são as cartas que ele porta. Todavia, ele precisa ter cuidado ao remeter as cartas aos endereços certos. Há livros que salvam vidas. Não são todos, nem muitos. O crítico literário tem de ter ciência disso.
A hora H é para nós aquela hora em que tudo de bom acontece, é como a hora da verdade para o Petro de Luanda e adeptos; os adversários, por mais contundentes que sejam, evaporam e se desfazem no ar. É assim, como se nos apresentou o mês de novembro, cheio de bons ventos a soprar-nos a alma e empurrar-nos para o canto da permanência, se quisermos dizer, para o canto eterno das coisas. Embora estejamos no manto da dor, afinal, neste mesmo mês a vida permitiu que perdêssemos a substância de dois grandes homens,tradutores dum mundo incompreendido.
A narradora-protagonista, utilizando «o seu bom espírito observador a fim de captar todos os pormenores que sejam úteis à descrição, quer envolva pessoas quer objectos, paisagens ou o tempo», consegue «pintar por palavras» a baixa de Luanda, descrevendo os edifícios, o mar e algumas pessoas, zungueiras, jovens, taxistas e outros (figurantes).
Ao longo dos meus alongamentos cerebrais, não raras vezes, tenho cruzado com um assunto que é – nada mais, nada...