Discursar subentende uma grelha de leitura que congrega variadíssimas dimensões como sociais, políticas, económicas, culturais, antropológicas que concorrem para o êxito, ou não, do discurso enquanto palavra em acto. Discursar, sobretudo, não é simplesmente falar o que as pessoas querem ouvir, mas fazer o que as pessoas das diferentes esteiras sociais precisam de ouvir.
Sobre esse aspecto, chamamos a figura do professor, que, para Maestro (2017) “…tornou-se algo anacrónico no mundo actual. Onde a nossa sociedade não busca conhecimento, mas militância. A imposição pós-moderna do politicamente correcto torna-o um militante”. No caso de Angola concretamente, o professor foi substituído pelo militante, onde o nacionalismo joga o papel da docência, e a escola é o ninho onde se cria os discípulos.
Chegamos ao cume da pirâmide. A filosofia, sendo uma disciplina do conhecimento que trata da essência, causa e efeitos de tudo o que existe, questionando, igualmente, os comportamentos (cf. Carvalho, 2009, p.16), constitui a quarta dimensão dos versos da obra em análise. Neto, de forma sábia e ousada, questiona a autoridade do colono, critica as suas práticas e demarca-se de aceitar o jugo pesado do explorador.
Manas,
Espero que esta carta vos encontre bem.
Escrevo para dizer que estou aqui; que podem absolutamente contar comigo.
Seria uma grande ilusão me sentar aqui e julgar entender tudo. Não tenciono fazer isso. Não tenciono assumir que a minha dor é de alguma maneira igual a vossa, que os nossos gritos ecoam as mesmas mágoas e nem que a felicidade que procuro é a mesma que vocês procuram. Não! Não me sento aqui assumindo saber ou entender o que vivem me baptizando especialista nas vossas dores, nem mesmo quando passo por algo igual ou semelhante. Não assumo que meus medos são nossos, tampouco quando temos em comum o mesmo sentimento de aversão, quando nos abraça a mesma fobia.
Todos os dias, somos obrigados a ler textos escritos, seja nas redes sociais, em publicações simples ou em livros digitais, seja ainda em livros impressos. A quantidade de informações escrita a que temos acesso, dia após dia, é cada vez maior, o que pode ser prejudicial caso não tenhamos a capacidade de escolher o tipo de texto e seu conteúdo. De facto, a leitura pode desencadear reacções específicas no leitor: ela pode ser saudável quando oxigena o intelecto do leitor, e tóxica, quando o lesa intelectualmente. Como é que tal acontece?
Em nosso estudo, essa palavra advém da cisão títu + logia. Porém, é fundamental que se apresente o que se entende por título, segundo o Dicionário Da Língua Portuguesa Contemporânea da Verbo editora (2001, p. 3573): “(Do latim titŭlus). Denominação de um livro, capítulo, jornal, artigo (…)”. O conceito de titulogia surge dos distintos processos linguísticos: primeiramente, recorre-se à queda ou supressão propositada, apócope, elimina-se a última sílaba “lo”, posteriormente, dá-se, implicitamente, o processo morfológico de formação de palavras, a falsa derivação, por “títu e logia”, mas não se tratando, concretamente, de sufixo e prefixo; numa segunda visão, é também um neologismo híbrido, recorrendo-se à segmentação do conceito para se apurar, mesmo de forma embrionária, o seu processo de formação. Com o referido lexema, pretende-se um estudo semântico dos títulos na literatura angolana.