A paixão não é cega como dizem, ela vê mas decide ignorar. Eu sentia que havia algo de errado nessa tua necessidade de afirmar sempre que eras honesto. Todos os sinais estavam aí. Essa coisa de ler livros e achar que as pessoas se comportam como as personagens é que me desgraçou. O teu comportamento para mim deixou de soar esquisito, passou a ser peculiar, original. Talvez fosses tão atencioso assim com todas as tuas amigas, eu pensava. Tu tomavas as decisões e eu só obedecia.
Se desculparmos a fome, a preguiça e outros males no nosso confronto com as razões que a natureza nos apresenta, quanto a sua inocente intervenção no universo infelicidade do nosso cotidiano, uma vez que, a nossa biologia é contínua e initerupta no tempo e espaço «só talvez na consciência e essência, quando mudadas pela mesmas causas imutáveis que existem na própria natureza e, que se justificam de quase tudo, por apenas cumprir princípios gerais de pré-ciência.»,
Mística dança em plena batalha
nas horas vagas de prazer
desperta o dragão adormecido
por umas tais pirâmides invertidas
louca (in)vestida de noite
desorienta o ponteiro
secular mente domina
o coração sacristão
atormentado por tais visões
vultos de um corpo sedento
no corredor da morte
《Reconheço-o》
Ritos de Passagem” compõe-se de declarações, textos que declaram racionalmente os processos de iniciação feminina ao mesmo instante que tece críticas a muitos desses actos cerimoniosos, frutos das crenças e da tradição bantu. De seu plural “ritos”, o lexema “rito”, do latim ritus, remete-nos para o referente nominal “culto” e também a um conjunto de cerimónias de uma religião.
Havia músicas altas que davam cor e vida à morte. Faltou mesmo chamar disc Joker para misturar branco no preto ou um cantor que bate na nguimbi. Nos seus olhos não se via dor nenhuma, ninguém sentia dor. Um bando de mulheres que ainda tinha um pouco de compaixão pela amiga do arreou-arreou chorava. Um outro bando mandou-as calar dizendo que o óbito era de gente modernizada e que fizessem pouco barulho.
Manas,
Espero que esta carta vos encontre bem.
Escrevo para dizer que estou aqui; que podem absolutamente contar comigo.
Seria uma grande ilusão me sentar aqui e julgar entender tudo. Não tenciono fazer isso. Não tenciono assumir que a minha dor é de alguma maneira igual a vossa, que os nossos gritos ecoam as mesmas mágoas e nem que a felicidade que procuro é a mesma que vocês procuram. Não! Não me sento aqui assumindo saber ou entender o que vivem me baptizando especialista nas vossas dores, nem mesmo quando passo por algo igual ou semelhante. Não assumo que meus medos são nossos, tampouco quando temos em comum o mesmo sentimento de aversão, quando nos abraça a mesma fobia.