A questão sobre a angolanidade literária é um pseudoproblema, é mais exclusiva do que inclusiva, manifesta sintomas de fraqueza ou de oscilação do sistema literário. Toda a dogmatização literária constitui entrave ao engrandecimento da literatura nacional. Ciência não precisa de outorga, ciência é ciência.
Os movimentos têm máscaras. Têm lutas e não são para perfis desorientados. O homem literário-artista angolano já não tem nenhuma bússola moral, tão-pouco sonhos. Tem interesses artísticos de poder, de mania e, sobretudo, de política. Os movimentos, alguns poucos, são verdadeiras escolas públicas. Que esse público seja o mais humilde, o mais dedicado, o mais ciente da luta e o mais humano acima de tudo. Eu fui e sou, em grande escala, educado artisticamente por um movimento de operários, de jovens sonhadores e com menos ego.
Discursar subentende uma grelha de leitura que congrega variadíssimas dimensões como sociais, políticas, económicas, culturais, antropológicas que concorrem para o êxito, ou não, do discurso enquanto palavra em acto. Discursar, sobretudo, não é simplesmente falar o que as pessoas querem ouvir, mas fazer o que as pessoas das diferentes esteiras sociais precisam de ouvir.
É sabido por muitos que a escrita em Língua Portuguesa não corresponde sempre à fala. Esta situação é vista por muitos falantes como uma desvantagem para o ensino do Português, principalmente para pessoas que a têm como segunda língua ou que não a têm como materna. Submetemo-nos, por isso, ao exercício de entender certas realizações, no discurso escrito, da língua mais nacional que temos.
O cinema por ser arte é um dado cultural. Por ser um dado cultural, o cinema é história. É por...