Feliz é o dia do nascimento de alguém. Mais feliz ainda o é quando acompanhamos o seu percurso de vida, testemunhando as suas reais batalhas, os momentos de agrura, e os seus feitos heróicos.
É aqui onde reside a questão. Para nós, os angolanos, o erro começa ao pensar que somente o alto nível de escolaridade é capaz de proporcionar emprego, conhecimento e estabilidade aos sujeitos. Não se investe noutras formas de saber por se pensar que só se pode construir e instruir o homem, na sua plenitude, na relação aula-classe. Mas, mesmo que se forme o homem nesta relação, são necessários outros artifícios que complementem o conhecimento livresco, outros saberes que possam contribuir para a transformação da pessoa num agente interventivo na sociedade.
Gerilson Israel apresenta-nos uma composição musical que, do ponto de vista dos «Estudos Culturais», deve ser analisada dentro de um contexto específico, sob pena de se relegar à mais extrema pobreza uma obra que, como qualquer outra, possui, seguramente, alguns pontos fortes. Trata-se de uma música que reflecte o contexto actual em que o «capitalismo» converte até o que há de mais puro e sublime em mero objecto comercial, em que o apego pelas coisas se constitui como um estilo de vida. Como é visível, vivemos em estado de urgência. A pressa é uma das principais características do nosso tempo. Os cantores privilegiam composições que facilmente ficam nos ouvidos do consumidor. Tanto a música como o autor são criações sociais, construções humanas de um período cada vez mais incaracterístico em termos de valor, frutos da «cultura de massas» que procura, a todo o instante, consumidor activo.
MC K, mais que esperado, tomou o palco introduzido pelo Hino Nacional, sublinhando no final a revolução que diz o Hino e, logo, retomando aos tempos de ensino primário, relembrou o que era ensinado e, inclusive, vinha estampado na contracapa dos livros: ESTUDAR É UM DEVER REVOLUCIONÁRIO. Tudo isso como uma retórica para reafirmar que o próprio sistema que ensinou a revolução, agora a teme.
Vários números foram apresentados. MC K fez um roteiro pelos seus álbuns, com as músicas mais difundidas e, uma vez mais, esqueceu-se nalguns momentos da letras das músicas tendo sido salvo pelo seu suporte vocal, onde se encontrava, também, o D.J. Pelé. A noite não terminou sem referências ao Sherokee e ao Rufino, duas vítimas do sistema que, dentre outras, turbinam a inspiração do artista.
José Inácio é hoje um rosto habitual em campanhas publicitárias e telenovelas. Tem passagens na campanha cívico-social Inquérito De Indicadores...
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