Juntar as sílabas é dos mais difíceis trabalhos que uma criança pode ter. Saber que “Cucu” não é uma dupla ofensa, naqueloutra idade, só mesmo vendo a ilustração de um pássaro ou sob acção da Maria, a senhora das Dores. E foi assim que uma determinada geração aprendeu a ler e a interpretar os signos dos tempos ― as lições vinham todas ilustradas e, mais do que ler palavras, primeiro aprendia-se a ler os sinais
Em «Um oceano, Dois mares, Três continentes», José Mena Abrantes propõe uma tentativa de tradução literal, mas incorre, tecnicamente, em certos casos, numa autêntica corruptela de sentidos ao traduzir um conjunto de palavras do francês cuja equivalência em português se desvincula do seu sentido original. Não condeno o uso da tradução literal[1], aliás, compreendo e aceito que Mena Abrantes tenha, inevitavelmente, optado por este tipo de tradução mediante as semelhanças que existem entre as duas línguas envolvidas neste processo (francês e português)
Quatro anos, oito edições, vários suplementos e dossiers bem como centenas de artigos publicados, é o resumo vivo de como a força de vontade do universo Palavra&Arte não esmoreceu. Nossa luta por um país onde a arte tenha voz, embora seja levada com certa exclusividade no mundo virtual, tem sido proclamada com a veemência do sangue que corre nas veias de quem deseja a mudança e faz alguma coisa por ela.
Sentado no coração de Luanda, o homem apreciava as pessoas, os carros que, possivelmente, raramente via passar pelas ruas da sua zona de conforto, as torres e as águas que dançavam num sobe e desce por entre as quatro banheiras que enfeitavam aquele largo que encerra a maior e mais linda imagem do primeiro presidente do território que viu Cordeiro da Matta nascer.
As letras da Noite e Dia revestem-se duma originalidade inconfundível, ou seja, meio “açucaradas” e “Instigantes” que despertam o corpo para a dança. Muitas vezes, estas letras criam uma música do tipo selfie. Música selfie é para mim uma espécie de auto-retrato. Neste sentido, o autor dá maior ênfase em si mesmo, revelando um certo narcisismo. É uma característica bem visível nas letras das músicas de Noite e Dia.
Vencedor do prémio literário Maria José da Motta Veiga na década de 70, o «Roteiro (Itinerário) da Literatura Angolana» é, sem dúvidas, um dos poucos livros que procura detalhar os meandros da literatura angolana desde a sua génese. Constituído por doze capítulos, o «Roteiro (Itinerário)» foi escrito por Carlos Ervedosa.