O romance de Paulino Soma reveste-se de uma importância exponencial para várias áreas do saber relacionadas com a República de Angola. Além de ressaltar os hábitos e costumes do povo huilano, “Viver e Morrer em Angola” traz uma abordagem do conflito angolano a partir de uma localidade sobre a qual pouco ou nada se escreve, pouco ou nada se estuda, de que pouco ou nada se conhece. A isso há ainda a acrescentar que o mesmo romance tem como ponto de concentração uma família despida de qualquer privilégio (pobre, analfabeta, camponesa e que não emigrou no tempo da quitota).
José Luís Mendoça, como ficou evidente, é proprietário duma vasta obra, cujo processo de construção se dá há quase quatro décadas. Trata-se duma obra que acompanhou os diferentes momentos da Angola independente e que por vezes se viu condicionada pela conjuntura sociopolítica, podendo-se-lhe vislumbrar ainda resquícios de um pós-anti-colonialismo resultante de factos vividos ou contados, quiçá mesmo de traumas próprios da pós-colonialidade. Uma obra, portanto, que pode ser inserida em dois espaços estéticos: eduardista e pós-eduardista.
Handaga é um artista que soube ler o momento e interpretar os corações feridos dos angolanos para, então, anunciar as boas novas. E como as principais vítimas do conflito armado tinham sido as populações do centro e sul do país, o artista serve-se dos seus conhecimentos da cultura desse povo e, assim, canta a paz então alcançada e pedi aos seus irmãos para regressarem às suas terras a fim de reaver os seus bens, rever os seus parentes sobreviventes do conflito e contribuiu, sobretudo, para a união e reconciliação nacionais.
Desconstruir o passado, fragmentar o presente e estruturar o futuro foi a tónica máxima para melhor compreender o tema central...
O dia desperta e resolvo adicionar mais uma história ao meu livro de memórias. Como de costume, tomo o meu...
Percorrendo as páginas da história da fotografia no mundo, observamos que cada canto tem o seu próprio trajecto, face ao surgimento da mesma. Olhando para o nosso umbigo, vê-se emergir em Angola, cada vez mais, praticantes da área. Vimos quase que constantemente a divulgação de fotografias actuais e antigas em exposições fotográficas nas plataformas e redes sociais ou fora delas, mas, afinal, qual a história por trás destas imagens?
Centralizando-me no plano fotográfico angolano, meu desejo de conhecimento sobre a Fotografia adquire uma postura menos específica. Embora esta actividade seja antiga em Angola, ainda existe uma escassez de material bibliográfico sobre o assunto. Os especialistas e passeatas da área estão mais interessados em clicar e capturar do que em documentar a trajectória da captura.