Declamar é arte que dispensa adjectivos. É pérola que tem brilho cativo. Mas requer cuidado, como a flor do ninho que, desamparada, clama por carinho. Ela é o mesmo fogo que ilumina a noite escura quando os olhos buscam a chama da aventura, é a insegurança toda da paixão que flameja e arde à entrada do coração quando a saudade invoca a luz do bem-querer, e o que se espera é a emoção do entardecer.
Por este palco a que chamamos arte de Declamar, desfilam diversos declamadores, GRANDES e pequenos. Uns cantam o que nos afecta, desde o êxtase à dor, outros nem se ouvem, porque, enquanto declamadores, não têm alma.
Numa era de consumo desmedido, de luta contra o tempo, de pouco espaço para contemplações, a arte ainda é necessária....