A questão sobre a angolanidade literária é um pseudoproblema, é mais exclusiva do que inclusiva, manifesta sintomas de fraqueza ou de oscilação do sistema literário. Toda a dogmatização literária constitui entrave ao engrandecimento da literatura nacional. Ciência não precisa de outorga, ciência é ciência.
José Luís Mendoça, como ficou evidente, é proprietário duma vasta obra, cujo processo de construção se dá há quase quatro décadas. Trata-se duma obra que acompanhou os diferentes momentos da Angola independente e que por vezes se viu condicionada pela conjuntura sociopolítica, podendo-se-lhe vislumbrar ainda resquícios de um pós-anti-colonialismo resultante de factos vividos ou contados, quiçá mesmo de traumas próprios da pós-colonialidade. Uma obra, portanto, que pode ser inserida em dois espaços estéticos: eduardista e pós-eduardista.
A cultura de “sócia” consiste na divisão do valor total de mercadorias em caixa. Se uma caixa de coxa de frango custar oito mil kwanzas, duas pessoas ou mais juntam partes iguais do valor total e compram a caixa, dividindo-a em partes iguais para cada pessoa ou “sócia” da “sociedade”. Como disse, as compras são normalmente trabalho de mulheres e só por isso é que esta cultura não se denomina “sócio”, nem que uma das partes da partilha ou divisão seja homem
Vencedor do prémio literário Maria José da Motta Veiga na década de 70, o «Roteiro (Itinerário) da Literatura Angolana» é, sem dúvidas, um dos poucos livros que procura detalhar os meandros da literatura angolana desde a sua génese. Constituído por doze capítulos, o «Roteiro (Itinerário)» foi escrito por Carlos Ervedosa.
Chegamos ao cume da pirâmide. A filosofia, sendo uma disciplina do conhecimento que trata da essência, causa e efeitos de tudo o que existe, questionando, igualmente, os comportamentos (cf. Carvalho, 2009, p.16), constitui a quarta dimensão dos versos da obra em análise. Neto, de forma sábia e ousada, questiona a autoridade do colono, critica as suas práticas e demarca-se de aceitar o jugo pesado do explorador.
A revista O fio da Palavra surge com objectivo de dar voz a nova geração da Literatura Angolana. A presente edição faz homenagem ao poeta Lopito Feijo e com participação de 5 escritores já conhecidos da nova geração.