Os amores eram com a mesma disciplina que a sua vida: domingo cinema, sábado sexo, dias de semana mensagem de bom dia às 08h00, telefonema às 19h00, uma hora exacta de conversa. A vida tinha de seguir o seu percurso e ela era demasiado metódica para aventuras impensadas, faltas no trabalho para matar as saudades ou orgasmos demasiados breves e clandestinos.
Levantei os olhos do número atrasadíssimo da revista “Courrier Internacional”, que trazia comigo, onde lia um artigo e ao mundo se Martin Luther King não tivesse sido curiosíssimo sobre a chamada “História Alternativa”, em que se teciam considerações sobre o que poderia ter acontecido ao seu país assassinado e se ele se tivesse tornado Presidente dos Estados Unidos da América. Deparei-me com o rosto de um indivíduo imberbe, a civil, mas que uma plaqueta à sua secretária elucidava, além do nome que propositadamente omito, que se tratava de um agente de segunda classe.
– Hum!? É proibido o quê? – perguntei, sinceramente não estava a acreditar.
Mas ela cantava, se a guitarra ou ela, mas cantava, suspiros que me envolviam em abraços que dispensavam o corpo; voz e ouvido acasalavam-se e comentários viam-se para o mundo exterior, livre por cada nota, do Dó ao Dó com o Fá a servir-se como ponte da receptividade do alheio à minha volta. À nossa volta.
Desconstruir o passado, fragmentar o presente e estruturar o futuro foi a tónica máxima para melhor compreender o tema central...
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