Balilson BCC apresenta-nos uma proposta musical que deve ser valorada dentro do seu espaço e suas circunstâncias. “Bad b tá maluco” é no fundo uma reflexão sobre a miséria de nossa sociedade com sua profunda desigualdade; é o desdobramento da violência exagerada vivida nos nossos musseques e do terror sofrido pelos habitantes, pelo facto de ter que conviver com a delinquência na porta de casa e na eterna expectativa de surgir algum confronto Read More
Diante da importância de autores como Luís Carlos Patraquim para a construção da poesia moçambicana e elaboração de suas frentes literárias e, também, da potência da escrita de Hirondina Joshua, dentre poetas mulheres que despontam no país após tanto tempo apenas com nomes singulares como os de Noémia de Sousa e Glória de Sant’Anna, é possível analisar como os movimentos de poesia na escrita desses poetas revelam algo além da intertextualidade – e aqui, por ordem de gerações, seria coerente o diálogo intertextual de Patraquim empreendido pela poesia de Joshua, na qual se nota uma escrita consciente e crítica. Read More
A versatilidade temática do género levantava uma bandeira clara: jovens periféricos podiam tomar posse dos seus próprios discursos e serem activos na edificação das próprias vidas e na vida das respectivas comunidades. E esses discursos não eram restritos ao verbo, isso espalhou-se aos outros elementos da cultura. Essa bandeira acabou por contagiar o mundo e Angola não foi excepção. Read More
A proposta de reunião de três disciplinas artísticas foi muito bem conseguida. A única ressalva que se faz às organizações esse tipo de evento é um desdobramento mais criativo e eficiente na hora da divulgação. Read More
Handaga é um artista que soube ler o momento e interpretar os corações feridos dos angolanos para, então, anunciar as boas novas. E como as principais vítimas do conflito armado tinham sido as populações do centro e sul do país, o artista serve-se dos seus conhecimentos da cultura desse povo e, assim, canta a paz então alcançada e pedi aos seus irmãos para regressarem às suas terras a fim de reaver os seus bens, rever os seus parentes sobreviventes do conflito e contribuiu, sobretudo, para a união e reconciliação nacionais. Read More
Com base algumas afinidades descritas pela citação anterior, para o estilo Kuduro, na sua estrutura formal, o primeiro sinal de semelhança que temos é a rima, pois, a busca de rima, no Kuduro é constante (muitas vezes, sem unidade das ideias anunciadas nos vários versos), dando-lhe, assim, o ritmo e a musicalidade que lhe são necessárias. Na tentativa da busca do ritmo, a maioria dos kuduristas opta pelo mesmo tipo de rimas, a emparelhada. A rima também justifica a construção moderna do Kuduro, porque, segundo Chatelain, na música tradicional angolana o recurso a rimas é raro. «Na poesia existem poucos sinais de rima, mas muitos de aliteração, ritmo e paralelismo». Além disso, a própria noção que alguns kuduristas têm em organizar as letras em verso e estas, por sua vez, em estrofes, como se pode ver em Bruno M., apresenta-nos uma visão de proximidade entre as duas artes. Dessarte, isto é indicativo de que há uma aproximação entre o Kuduro e a arte literária. Read More