Juntar as sílabas é dos mais difíceis trabalhos que uma criança pode ter. Saber que “Cucu” não é uma dupla ofensa, naqueloutra idade, só mesmo vendo a ilustração de um pássaro ou sob acção da Maria, a senhora das Dores. E foi assim que uma determinada geração aprendeu a ler e a interpretar os signos dos tempos ― as lições vinham todas ilustradas e, mais do que ler palavras, primeiro aprendia-se a ler os sinais
Este texto faz uma abordagem da infância vivida pelo sujeito poético com o seu amigo Edelfride, grande nome do futebol Benguelense, para quem ele dirige estas lindas palavras. Infância esta que se desenrola em Angola, particularmente em Benguela.
A versatilidade temática do género levantava uma bandeira clara: jovens periféricos podiam tomar posse dos seus próprios discursos e serem activos na edificação das próprias vidas e na vida das respectivas comunidades. E esses discursos não eram restritos ao verbo, isso espalhou-se aos outros elementos da cultura. Essa bandeira acabou por contagiar o mundo e Angola não foi excepção.
A história da humanidade é bastante ilustrativa quanto à relação de enamoramento entre a arte e educação. As paredes decoradas pelas pinturas rupestres são motivos de especulação científica que advogam ideias, segundo as quais, aquele tipo de arte guardava instruções relacionadas à caça, às normas dos rituais de fertilidade e expressão de conceito, valores, crenças, entre outras coisas que adornavam o quotidiano do homem da pré-história.
A raíz do Homem é a lágrima. A água quente e salgada a queimar-lhe o rosto desavergonhadamente e a incendiar os sentimentos diversos que tem no coração. É o grito de vida. O sinal de que há um Humano aí. Seja de graça, dor, pena, medo, perda e outra coisa qualquer. Um Homem sem lágrimas é homem. Guerrear contra a lágrima é um falhanço. Um erro atroz. É evitar o crescimento. É perpetuar o fardo.