A narradora-protagonista, utilizando «o seu bom espírito observador a fim de captar todos os pormenores que sejam úteis à descrição, quer envolva pessoas quer objectos, paisagens ou o tempo», consegue «pintar por palavras» a baixa de Luanda, descrevendo os edifícios, o mar e algumas pessoas, zungueiras, jovens, taxistas e outros (figurantes).
“Insular” pode ser compreendido como um isolamento provocado pela saturação do “comum” do dito “normal”. E tudo à volta do álbum – tudo que não tem a ver com o texto ainda – remete-nos a isso. A começar pelo local escolhido por ela para a gravação do álbum: uma ilha escocesa. Distante do espaço urbano habitual, “longe do ruído do betão”[1], ela constrói este álbum. Mas como disse, não nos interessa o álbum para este artigo.
Foi-nos fácil notar o domínio que ela tem com a palavra, pois a sua poesia, como, supostamente, qualquer poesia, não diz literalmente nada. Ao lermos o “A prosa da situação”[2], perguntamo-nos o que quererá ela dizer.